Esta é a primeira de uma série de três estudos baseados na palestra Guerra dos Sentidos, por Daniel Spenser, onde serão abordados no campo musical os seguintes temas:
1- A História da Música (até o surgimento do gospel);
2- A História do Rock;
3- Musica: seus efeitos e contexto religioso.
Cada estudo será postado no blog a cada uma semana.
Quando se fala de música, começa a tensão: os liberais ficam preocupados se é alguém que vai outra vez falar contra a bateria e os conservadores ficam preocupados se é alguém que vai falar a favor da bateria. Eu costumo dizer que o Diabo sempre quer que nos prendamos aos detalhes e aos pormenores sem vermos o quadro. É como se mostrássemos uma folha com uma pintinha preta. Todo mundo diz que está vendo uma pintinha preta, mas ninguém fala da folha. Às vezes nós nos debruçamos tanto sobre um problema que ele parece enorme. Mas se nos afastarmos iremos ver que ele é só uma pintinha. Hoje há uma visão panorâmica e vamos partir de que vivemos em um conflito entre o bem e o mal. Este conflito começou no céu, veio para a terra e no final do Grande Conflito, ganha quem dominar a guerra dos sentidos. A irmã White define a guerra dos sentidos como sendo as “avenidas da alma”. Nesses estudos nós vamos falar sobre a audição e nos debruçaremos sobre a questão da música nesse contexto. Eu gostaria que entendêssemos a história da bateria e dos instrumentos porque estamos falando em um contexto em Satanás só tem acesso ao ser humano através das avenidas da alma: visão, audição, tato, paladar e olfato. Com certeza ele teve que trabalhar ao longo dos anos muito bem todo este lado para conseguir invadir o nosso íntimo. Primeiro vamos fazer uma pequena abordagem sobre a questão da história da música.
A música tem uma origem remota e ninguém tem dúvida se dissermos que quando Deus fundava a terra, as estrelas juntas alegremente cantavam jubilando. Isso significa que a música existia ainda antes de existir o ser humano. Na verdade, os anjos do céu sempre estão buscando motivos para louvar a Deus e cantar. Vemos que Deus criou a música e logo escolheu um talento nato, alguém que tivesse tudo a ver com a questão da música. Este ser é chamado de Querubim Ungido. É claro que estamos nos referindo a Lúcifer. Em Ez 28 nos diz que “em ti se faziam os teus tambores e pífanos.” Tambor é um instrumento de percussão e pífano é um instrumento de sopro melódico. Então está nos dizendo que satanás é especialista em toda espécie de música. Ele entende tanto da parte rítmica até a parte melódica. Desde o dia em que foi criado, ele teve muito talento nesta área. Ele era, segundo diz o espírito de profecia em vários livros (História da Redenção pág 25) que satanás havia dirigido o coro celestial. Ele sempre entoara a primeira nota e então toda a multidão angélica se unira a ele em acordes musicais. Imagine a pessoa que você conhece que é mais fera em música. Considere essa pessoa junto do anjo do céu que menos entende de música. O mais fera em música da terra é desafinado considerando o anjo do céu que menos entende. Agora imagine o anjo do céu que mais entende! É uma distância muito grande.
Não é uma coisinha qualquer, ele entendia muito de música. Mas acontece uma mudança de planos: vemos que enquanto os anjos cantam com Adão e Eva, satanás ouviu essa melodia e expressou a ansiedade de incitá-los à desobediência. E aqui começa o problema. Esse problema vai nos levar a uma primeira conclusão:
- Satanás é o maior músico na face da terra
Ele tem mais de 6000 anos de experiência em música e deseja acabar com o louvor e a adoração a Deus. Repare: o problema no céu começou com um problema de adoração e a parte principal da adoração é o louvor, e o grande especialista em louvor era Lúcifer. Ele tinha tudo que precisava. Agora eu lhe pergunto: será que ele vai tentar usar isso para desviar os filhos de Deus? Óbvio! Se você é especialista em matemática, é claro que não vai fazer vestibular de química!
Ao longo da história da música, temos a música sacra e a música secular. E aqui começa o duelo. Satanás tem como objetivo deturpar a música, deturpar a humanidade e especialmente o louvor e a adoração a Deus. O que significa música sacra? Sagrado, religioso, separado. Música religiosa, sacra, sagrada e que é pra Deus ela deve ser SEPARADA. Diferente. Então temos um problema. Porque muitas pessoas dizem que nós podemos ter heavy metal pra Deus, samba pra Deus, pagode pra Deus... Mas, pagode, heavy metal e samba são músicas que não são separadas, que não são diferentes, então elas não servem para a música religiosa. Porque a música religiosa tem que ser separada, sagrada, sacra, diferente.
Isto deita por terra muitas teorias, mas ainda é um argumento fraco. Temos que analisar mais coisas. O que significa música secular? Do século, popular, do dia-a-dia, comum. Aqui entra um dos grandes mitos que normalmente impera entre as pessoas cristãs. Que é a idéia de que o cristão só deve estar envolvido com música sacra e não pode ouvir música secular. O sábado é um dia sagrado ou secular? Sagrado. Portanto ele é separado. E os outros dias da semana são seculares ou sagrados? Seculares, comuns. Ao sábado eu não trabalho e nos outros dias da semana eu faço atividades comuns como trabalhar. Certo? Se eu trabalho, eu estou a pecar? Não. Eu estou a ter uma atividade secular e aos sábados eu tenho atividades sagradas. Agora se eu trabalho em uma boate, ai eu estou a fazer uma atividade que não só é secular como também é mundana. Isso é o que temos que entender.
A música que serve para adorar a Deus só pode ser diferente, sagrada e separada. A música que serve para escutar em situações normais para um cristão ela pode ser secular, mas não pode ser mundana. Mas nós temos que ter cuidado com a música secular porque hoje em dia quase que não existe música secular que não seja mundana. Mas existe outro perigo que é de as pessoas banalizarem a música sacra. O sacro tem o seu momento. Não existe problema em ouvir música secular desde que ela não ofenda os princípios. Mas aqui começa um problema. E como saber?
Vamos fazer uma breve história e abordagem. Desde o povo de Israel, nós vemos que aparece Jubal como o grande instrumentista (primeira referência de música na bíblia) e depois encontramos logo uma diferença entre o povo de Israel e os povos pagãos. O povo de Israel tem uma música semelhante à música árabe, Oriente Médio. Mas a música judaica ela é inocente: homens de um lado, mulheres do outro e uma melodia calma (vemos isso em casamentos judaicos). E como é a música árabe? Com gueixas e aquelas danças todas. A batida da música judaica é dinâmica, alegre, mas é mesmo assim diferente.
Quando Moisés subiu ao monte Sinai, logo o Diabo convenceu o povo a fazer uma pequena “mudançazinha” na música. Fizeram logo um bezerro, as mulheres todas se ataviaram e começou logo um esquema. Moisés quando veio, acaba com tudo aquilo. E deve ter se perguntado: “o que é que está acontecendo aqui?” ou: “de onde veio essa música?” Temos que atentar que eram 400 anos de escravatura. Muitas pessoas se pegam no exemplo de Miriam atravessando o Mar Vermelho com tamborins e danças, e elas esquecem que eles tinham 400 anos de influência de música pagã. Em 400 anos você nunca viu outra coisa, eles nem sabiam o que era um sábado. Eles não sabiam nada. Este é o povo e, ao longo da história nós vemos que já na igreja primitiva Paulo nos aconselha a louvar ao Senhor com salmos e hinos. Salmos são louvores de antes de vir o Messias e hinos ele se refere aos louvores ao Messias que já veio. Mas o cristianismo entrou num desvirtuamento. Ao começar a comprometer os seus valores para abarcar uma maior quantidade de pessoas e ser mais popular.
Nesse tempo, surge Gregório. Ele cria o canto gregoriano que tem 3 características fundamentais:
1- Tinha como objetivo elevar a música. Elevar a espiritualidade.
2- Colocou apenas melodia. Não havia harmonia, ou seja, todos cantavam a mesma coisa. Não existia divisão de vozes.
3- Deu importância à letra
O que interessava é que eu dissesse tudo que tinha para dizer e a música acompanharia. Todavia nós vemos que este valor se inverteu. A letra já não é o mais importante. As pessoas querem curtir a música e a letra depois que se encaixe.
Depois chegamos à Idade Média onde vamos entender o que aconteceu na estrutura da música. Lá nós temos as cantigas de escárnio e maldizer, mas há algo que aconteceu na Idade Média antes de chegar ao Renascimento que foram os descobrimentos. Os portugueses saem e encontram o Brasil, os espanhóis vão percorrer todos os países da América Latina e os ingleses vão para a América do Norte, todos por motivos diferentes. Mas a descoberta do Novo Mundo começa. E encontram outras culturas: os rituais africanos com tambores e esses rituais, sempre ligados ao feiticeiro que canta e dança para que baixem os espíritos. Esse ritual começa com muita música e com muito ritmo, entra-se então num êxtase musical e desse êxtase as pessoas começam a perder a noção e a sair si entrando num transe e, neste, baixam os espíritos. Parece estranho, mas isso é exatamente o que acontece no movimento pentecostal de hoje. Será que existe alguma relação? Já vamos entender.
Além disso, o homem europeu vai encontrar o africano e traz esses escravos para o Novo Mundo onde encontra o homem índio. Chove, temos que dançar pra parar de chover e, quando para de chover temos que dançar para voltar a chover tanto como para afastar os espíritos maus e virem os bons. Repare como em todas estas culturas a música está totalmente ligada à religião. Agora, nos rituais africanos que espíritos baixam? Os Espíritos Santos? Vários??? Como, se só há um Espírito? Só existe um! O Espírito Santo. Todos os outros espíritos que possuem os seres humanos, na maioria das vezes o fazem involuntariamente. São espíritos de demônios. Ou é o Espírito Santo, ou é um espírito de demônios manifestando-se.
Na Europa nós vemos seguir todo o esquema musical controlado pela igreja. Temos aquilo que nós chamamos hoje de música clássica. O clássico na realidade foi só um período da música. Mas temos o renascimento, o barroco, o clássico romântico. Com este sistema musical europeu da música erudita, quem controlava essa música? Beethoven, Vivaldi... Todas essas pessoas compunham que tipo de música? Instrumental e religiosa. Porque quem controlava financeiramente isso era a igreja. Vejam quantos séculos de música, em quantas culturas diferentes estão conectadas à religião! A música desenvolve um papel muito importante na religião a religião tem uma influência preponderante na música. Agora, nesse Novo Mundo temos escravos africanos, europeus e índios começam a ver que uns fazem música diferente de outros. Então acontece o que chamamos de miscigenação de culturas. Começam-se vendo novas formas de músicalizar. Então a música instrumental da Europa vai se misturar com os tambores africanos. Nesse período acontece o movimento para libertação dos escravos na América do norte. Os EUA se dividem em dois grupos onde um quer a libertação e outro não. O homem branco vai à guerra e penhora os seus instrumentos para partir. De outro lado, o homem negro começa sendo liberto e agora já não trabalha por chicotadas, mas sim por salário. E do que o africano mais gosta? De música. Então com os seus primeiros salários eles vão e compram todos aqueles instrumentos penhorados. Daí surgem dois fenômenos musicais que é importante aprendermos:
Primeiro temos de um lado os africanos que tem uma perspectiva religiosa. Eles vêem Deus como forma de libertação da sua opressão. Do outro lado temos os africanos que não vêem Deus como forma de libertação dessa opressão. E o que eles cantam? Vícios. Eles se libertam em todas as formas de prazer. Então com esta instrumentalização eles criam novos estilos musicais. Eles criam o blues. O ritmo blues significa o sentimento triste, pesaroso, melancólico e sincopado. Eu me arrasto e me liberto nos prazeres. Blues pode ser visto como esta depressão, mas ao mesmo tempo quando você se sente “blue”, azul, ou seja, é o prazer que vem no meio da depressão como sua libertação através do vício, drogas ou sexo.
Temos o swing, que significa um movimento ou balanço. E neste estilo de música era uma referência ao movimento do corpo durante o ato sexual. Jazz, é uma referência à ejaculação, ou seja, todas as referências de libertação que os negros que viraram as costas à Deus tem, é pelos prazeres da carne e pelos vícios. Desses dois grupos vão nascer diferentes estilos musicais: de um lado a música gospel (refiro-me ao gospel original, porque o gospel moderno já tem influência pop rock) que vem se juntar aos hinos compostos por Lutero. Do outro lado, temos os africanos que não acreditam em Deus como sua solução com o rock in roll.
A música tem uma origem remota e ninguém tem dúvida se dissermos que quando Deus fundava a terra, as estrelas juntas alegremente cantavam jubilando. Isso significa que a música existia ainda antes de existir o ser humano. Na verdade, os anjos do céu sempre estão buscando motivos para louvar a Deus e cantar. Vemos que Deus criou a música e logo escolheu um talento nato, alguém que tivesse tudo a ver com a questão da música. Este ser é chamado de Querubim Ungido. É claro que estamos nos referindo a Lúcifer. Em Ez 28 nos diz que “em ti se faziam os teus tambores e pífanos.” Tambor é um instrumento de percussão e pífano é um instrumento de sopro melódico. Então está nos dizendo que satanás é especialista em toda espécie de música. Ele entende tanto da parte rítmica até a parte melódica. Desde o dia em que foi criado, ele teve muito talento nesta área. Ele era, segundo diz o espírito de profecia em vários livros (História da Redenção pág 25) que satanás havia dirigido o coro celestial. Ele sempre entoara a primeira nota e então toda a multidão angélica se unira a ele em acordes musicais. Imagine a pessoa que você conhece que é mais fera em música. Considere essa pessoa junto do anjo do céu que menos entende de música. O mais fera em música da terra é desafinado considerando o anjo do céu que menos entende. Agora imagine o anjo do céu que mais entende! É uma distância muito grande.
Não é uma coisinha qualquer, ele entendia muito de música. Mas acontece uma mudança de planos: vemos que enquanto os anjos cantam com Adão e Eva, satanás ouviu essa melodia e expressou a ansiedade de incitá-los à desobediência. E aqui começa o problema. Esse problema vai nos levar a uma primeira conclusão:
- Satanás é o maior músico na face da terra
Ele tem mais de 6000 anos de experiência em música e deseja acabar com o louvor e a adoração a Deus. Repare: o problema no céu começou com um problema de adoração e a parte principal da adoração é o louvor, e o grande especialista em louvor era Lúcifer. Ele tinha tudo que precisava. Agora eu lhe pergunto: será que ele vai tentar usar isso para desviar os filhos de Deus? Óbvio! Se você é especialista em matemática, é claro que não vai fazer vestibular de química!
Ao longo da história da música, temos a música sacra e a música secular. E aqui começa o duelo. Satanás tem como objetivo deturpar a música, deturpar a humanidade e especialmente o louvor e a adoração a Deus. O que significa música sacra? Sagrado, religioso, separado. Música religiosa, sacra, sagrada e que é pra Deus ela deve ser SEPARADA. Diferente. Então temos um problema. Porque muitas pessoas dizem que nós podemos ter heavy metal pra Deus, samba pra Deus, pagode pra Deus... Mas, pagode, heavy metal e samba são músicas que não são separadas, que não são diferentes, então elas não servem para a música religiosa. Porque a música religiosa tem que ser separada, sagrada, sacra, diferente.
Isto deita por terra muitas teorias, mas ainda é um argumento fraco. Temos que analisar mais coisas. O que significa música secular? Do século, popular, do dia-a-dia, comum. Aqui entra um dos grandes mitos que normalmente impera entre as pessoas cristãs. Que é a idéia de que o cristão só deve estar envolvido com música sacra e não pode ouvir música secular. O sábado é um dia sagrado ou secular? Sagrado. Portanto ele é separado. E os outros dias da semana são seculares ou sagrados? Seculares, comuns. Ao sábado eu não trabalho e nos outros dias da semana eu faço atividades comuns como trabalhar. Certo? Se eu trabalho, eu estou a pecar? Não. Eu estou a ter uma atividade secular e aos sábados eu tenho atividades sagradas. Agora se eu trabalho em uma boate, ai eu estou a fazer uma atividade que não só é secular como também é mundana. Isso é o que temos que entender.
A música que serve para adorar a Deus só pode ser diferente, sagrada e separada. A música que serve para escutar em situações normais para um cristão ela pode ser secular, mas não pode ser mundana. Mas nós temos que ter cuidado com a música secular porque hoje em dia quase que não existe música secular que não seja mundana. Mas existe outro perigo que é de as pessoas banalizarem a música sacra. O sacro tem o seu momento. Não existe problema em ouvir música secular desde que ela não ofenda os princípios. Mas aqui começa um problema. E como saber?
Vamos fazer uma breve história e abordagem. Desde o povo de Israel, nós vemos que aparece Jubal como o grande instrumentista (primeira referência de música na bíblia) e depois encontramos logo uma diferença entre o povo de Israel e os povos pagãos. O povo de Israel tem uma música semelhante à música árabe, Oriente Médio. Mas a música judaica ela é inocente: homens de um lado, mulheres do outro e uma melodia calma (vemos isso em casamentos judaicos). E como é a música árabe? Com gueixas e aquelas danças todas. A batida da música judaica é dinâmica, alegre, mas é mesmo assim diferente.
Quando Moisés subiu ao monte Sinai, logo o Diabo convenceu o povo a fazer uma pequena “mudançazinha” na música. Fizeram logo um bezerro, as mulheres todas se ataviaram e começou logo um esquema. Moisés quando veio, acaba com tudo aquilo. E deve ter se perguntado: “o que é que está acontecendo aqui?” ou: “de onde veio essa música?” Temos que atentar que eram 400 anos de escravatura. Muitas pessoas se pegam no exemplo de Miriam atravessando o Mar Vermelho com tamborins e danças, e elas esquecem que eles tinham 400 anos de influência de música pagã. Em 400 anos você nunca viu outra coisa, eles nem sabiam o que era um sábado. Eles não sabiam nada. Este é o povo e, ao longo da história nós vemos que já na igreja primitiva Paulo nos aconselha a louvar ao Senhor com salmos e hinos. Salmos são louvores de antes de vir o Messias e hinos ele se refere aos louvores ao Messias que já veio. Mas o cristianismo entrou num desvirtuamento. Ao começar a comprometer os seus valores para abarcar uma maior quantidade de pessoas e ser mais popular.
Nesse tempo, surge Gregório. Ele cria o canto gregoriano que tem 3 características fundamentais:
1- Tinha como objetivo elevar a música. Elevar a espiritualidade.
2- Colocou apenas melodia. Não havia harmonia, ou seja, todos cantavam a mesma coisa. Não existia divisão de vozes.
3- Deu importância à letra
O que interessava é que eu dissesse tudo que tinha para dizer e a música acompanharia. Todavia nós vemos que este valor se inverteu. A letra já não é o mais importante. As pessoas querem curtir a música e a letra depois que se encaixe.
Depois chegamos à Idade Média onde vamos entender o que aconteceu na estrutura da música. Lá nós temos as cantigas de escárnio e maldizer, mas há algo que aconteceu na Idade Média antes de chegar ao Renascimento que foram os descobrimentos. Os portugueses saem e encontram o Brasil, os espanhóis vão percorrer todos os países da América Latina e os ingleses vão para a América do Norte, todos por motivos diferentes. Mas a descoberta do Novo Mundo começa. E encontram outras culturas: os rituais africanos com tambores e esses rituais, sempre ligados ao feiticeiro que canta e dança para que baixem os espíritos. Esse ritual começa com muita música e com muito ritmo, entra-se então num êxtase musical e desse êxtase as pessoas começam a perder a noção e a sair si entrando num transe e, neste, baixam os espíritos. Parece estranho, mas isso é exatamente o que acontece no movimento pentecostal de hoje. Será que existe alguma relação? Já vamos entender.
Além disso, o homem europeu vai encontrar o africano e traz esses escravos para o Novo Mundo onde encontra o homem índio. Chove, temos que dançar pra parar de chover e, quando para de chover temos que dançar para voltar a chover tanto como para afastar os espíritos maus e virem os bons. Repare como em todas estas culturas a música está totalmente ligada à religião. Agora, nos rituais africanos que espíritos baixam? Os Espíritos Santos? Vários??? Como, se só há um Espírito? Só existe um! O Espírito Santo. Todos os outros espíritos que possuem os seres humanos, na maioria das vezes o fazem involuntariamente. São espíritos de demônios. Ou é o Espírito Santo, ou é um espírito de demônios manifestando-se.
Na Europa nós vemos seguir todo o esquema musical controlado pela igreja. Temos aquilo que nós chamamos hoje de música clássica. O clássico na realidade foi só um período da música. Mas temos o renascimento, o barroco, o clássico romântico. Com este sistema musical europeu da música erudita, quem controlava essa música? Beethoven, Vivaldi... Todas essas pessoas compunham que tipo de música? Instrumental e religiosa. Porque quem controlava financeiramente isso era a igreja. Vejam quantos séculos de música, em quantas culturas diferentes estão conectadas à religião! A música desenvolve um papel muito importante na religião a religião tem uma influência preponderante na música. Agora, nesse Novo Mundo temos escravos africanos, europeus e índios começam a ver que uns fazem música diferente de outros. Então acontece o que chamamos de miscigenação de culturas. Começam-se vendo novas formas de músicalizar. Então a música instrumental da Europa vai se misturar com os tambores africanos. Nesse período acontece o movimento para libertação dos escravos na América do norte. Os EUA se dividem em dois grupos onde um quer a libertação e outro não. O homem branco vai à guerra e penhora os seus instrumentos para partir. De outro lado, o homem negro começa sendo liberto e agora já não trabalha por chicotadas, mas sim por salário. E do que o africano mais gosta? De música. Então com os seus primeiros salários eles vão e compram todos aqueles instrumentos penhorados. Daí surgem dois fenômenos musicais que é importante aprendermos:
Primeiro temos de um lado os africanos que tem uma perspectiva religiosa. Eles vêem Deus como forma de libertação da sua opressão. Do outro lado temos os africanos que não vêem Deus como forma de libertação dessa opressão. E o que eles cantam? Vícios. Eles se libertam em todas as formas de prazer. Então com esta instrumentalização eles criam novos estilos musicais. Eles criam o blues. O ritmo blues significa o sentimento triste, pesaroso, melancólico e sincopado. Eu me arrasto e me liberto nos prazeres. Blues pode ser visto como esta depressão, mas ao mesmo tempo quando você se sente “blue”, azul, ou seja, é o prazer que vem no meio da depressão como sua libertação através do vício, drogas ou sexo.
Temos o swing, que significa um movimento ou balanço. E neste estilo de música era uma referência ao movimento do corpo durante o ato sexual. Jazz, é uma referência à ejaculação, ou seja, todas as referências de libertação que os negros que viraram as costas à Deus tem, é pelos prazeres da carne e pelos vícios. Desses dois grupos vão nascer diferentes estilos musicais: de um lado a música gospel (refiro-me ao gospel original, porque o gospel moderno já tem influência pop rock) que vem se juntar aos hinos compostos por Lutero. Do outro lado, temos os africanos que não acreditam em Deus como sua solução com o rock in roll.
Próximo estudo: A História do Rock
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