Estava voltando da igreja nesse sábado após o culto de J.A e ali, com o vento que batia em meu rosto e o frio que de certa forma quase chegava a ser algo inquietante, olhei para o lado e vi minha cidade. Ao longe, escutava o barulho dos fogos e da música. Ao longe, pude apenas sentir e então me inquietar com o que realmente as pessoas vivem hoje. De certo, não é a vida.
Porque que vida seria esta em que Deus não tem espaço? Porque que vida seria esta onde minhas vontades são mais importantes do que meu caráter, minha dignidade? Que vida, quando enfim prefiro vendar meus olhos com minhas próprias mãos e ainda tenho a coragem de dizer que Deus não se preocupa comigo?
Sim, ao ver toda aquela aparente alegria, vi milhares de pessoas vazias, sem vida. E elas escolheram assim. E lembrei-me do irmão Paulo quando disse que "o mundo jaz no maligno". Tudo pertence a Deus. Mas o homem, o homem preferiu dar lugar a Satanás. Preferiu colocá-lo como regente de sua vida, de suas escolhas, de suas ações. Como é triste escrever estas linhas!
E então, voltei minha atenção para o caminho e não pude deixar de pensar em mim, em minha vida. Viver. Até onde essa palavra atingia impacto em minha mente, em meu coração, em minhas ações? Tudo que pude pensar é que afinal, não conseguiria conceber uma ideia de minha vida sem Cristo. Se o propósito eterno não move meu coração, o que o move então? Se esse não for o propósito, qual o é então?
E então entendi que não sou daqui. Que um dia ousei correr, lutar a batalha e aprender que a Guerra, ao chegar ao final, dirá ao mundo por Quem um dia levantei minha espada. Que enquanto estiver aqui, chegará momentos que as palavras do irmão Paulo vão ecoar tão fortemente em minha mente que as terei como brado. "Assim também eu, esmurro o meu próprio corpo; para que tendo falado a muitos, não venha também eu mesmo ser desqualificado."
E a voltar meus olhos novamente para a cidade, entendi que meus braços precisam estar fortes. Que meus joelhos, firmes. Que meus passos, retos. Que minha voz, não cesse.
Entendi e chorei ao lembrar que Jesus com tanto amor a cada segundo estende a mão e diz que a esperança ainda existe. E que a vida, vai além do que vejo. Que a vida, é para os que um dia levantaram suas mãos e decidiram correr a carreira. Por Jesus. E ninguém mais...
Deus os abençoe,
Tais Santos