18 de maio de 2009

Apenas Pescadores


Você conhece alguém que já tenha agradecido a Deus, dizendo estar feliz por passar por tribulações? Isso soa um pouco estranho aos nossos ouvidos, mas na verdade, deveria ser diferente. É exatamente isso que Tiago fala no início de sua carta não só aos irmãos da Dispersão, mas a nós hoje.
Muitas vezes limitamos nossa visão de bênção somente àquilo que agrada nossos olhos ou satisfaça nossos desejos em qualquer que seja a área. Bênção, na concepção bíblica, abrange extremos que vão desde vitórias à provações. Provações, isso mesmo. Mas aí você pode me dizer: "Eu não consigo me alegrar, nem tampouco agradecer por uma tribulação."
Sabe porque isso acontece? Porque a maioria das pessoas ainda não conseguem entender o que é realmente bênção pra Deus. Em primeiro lugar, você deve se lembrar do que Ele disse ao profeta Isaías: "Meus pensamentos não são como os seus." Deus não pensa como nós, por isso muitas vezes não entendemos o que Ele está fazendo com nossas vidas.
Infelizmente, fazemos parte de uma sociedade onde o evangelho se tornou banal. As pessoas que se intitulam "mestres", pregam de forma blasfêmica a mensagem da cruz, onde prosperidade e apenas prosperidade é sinal de bênção e conversão. As pessoas não estão dispostas a se entregarem a Cristo, mas sim a negociarem suas bênçãos como se Deus barganhasse com o ser humano. Nesse ponto, encontramos o erro.
Quando as obras começam a ser fruto de um coração cobiçoso ao invés de um coração adorador, a base do cristianismo desmorona. Nesse amontoado de intenções, onde está o AMOR? Sim, o amor tão cantado, tão pregado? Ficou nas palavras, nas palavras vazias dessas pessoas que são o reflexo exato das palavras Divinas: "Esse povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim."
Os cristãos do I século foram perseguidos, enforcados, queimados e mesmo assim não desistiram em face da morte. O principal fator que os motivava era o amor. Seus corações batiam por Cristo. Eles eram felizes por sofrer em nome do evangelho.
A Bíblia sempre nos apresentou provação como meio de aprovação. Então, onde se conseguiu essa visão de que bênção é prosperidade e felicidade mundana? Em qualquer lugar, menos na Bíblia.
Davi teve que passar por um gigante, Elias por solidão e 400 profetas de Baal, Calebe e Josué por 40 anos no deserto, Jeremias pelo cativeiro, Daniel pela cova dos leões, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego pela fornalha aquecida 7 vezes, Estevão pela morte, Paulo por naufrágios e apedrejamentos, João pelo exílio...
Todas essas pessoas, consideradas exemplos bíblicos, passaram pelo deserto da provação. Mas todas elas, acima de tudo, amavam a Cristo. Naquela época, tornar-se cristão era ter a sua sentença de morte assinada pelo Império Romano. Quantos nos dias de hoje abraçariam a verdade mesmo diante de uma arma o forçando a negar sua fé? Pense nisso. ATÉ ONDE VOCÊ TOMARIA A SUA CRUZ E SEGUIRIA A CRISTO?
Lembre-se que a escola do Senhor forma apenas santos e que a recompensa é na eternidade. Quando Cristo chamou os Seus discípulos, não fez promessas humanamente convincentes, não prometeu posses. Apenas disse que lhes faria pescadores.
Está na hora d ir à pesca. Não importa como o mar esteja. Seu amor à Deus moverá sua fé. Sua fé moverá as mãos de Deus.
Maranata!
Tais Santos

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